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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Divulgação do bordado brasileiro

Esse mês fui convidada pela equipe do Jornal do Artesanato aqui do Rio Grande do Sul para fazer um texto sobre as minhas descobertas sobre o bordado brasileiro. Essa semana recebi o exemplar com a minha matéria e resolvi publicar aqui o artigo que escrevi.
Entre as décadas de 1960 e 1970 as mulheres brasileiras dedicaram uma boa parte de seu tempo para a confecção de peças com bordados. Quem foi criança durante esses anos tem claro na memória a imagem de algum parente, geralmente mãe ou avó, bordando lindas toalhas de mesa, colchas de cama ou roupinhas de bebê.


Foi uma fase muito criativa para as brasileiras. Durante muitos anos pensei que esse estilo de bordado estava esquecido e que dificilmente veria esse tipo de trabalho novamente. Para minha surpresa, descobri através da professora de patchwork e artista plástica Joyce Loss, que esse estilo ainda é praticado fora do Brasil, principalmente nos Estados Unidos. Para mim, essa foi uma informação bastante inusitada. Fora do Brasil existe uma indústria focada na venda de produtos (livros e linhas) desenvolvidos para a prática do Bordado Brasilerio.

Além das nossas fronteiras esse estilo de bordar passou a ser conhecido como "Brazilian Embroidery". Mas quem não se lembra desse estilo de bordado deve estar se perguntando o que esse estilo tem de especial. Nenhum dos pontos utilizados foram criados pelas brasileiras. O grande diferencial foi a meneira como os pontos foram empregados e a criação de uma variedade de linhas que possibilitavam volume e suavidade ao bordado. Entre os pontos mais utilizados está o ponto rococó.


Por trás do desenvolvimento do bordado brasileiro estava uma mulher que nasceu na Áustria, a senhora Elisa Hirsch Maia. Sobre essa mulher, pouco pude descobrir. Sei apenas que Nasceu na cidade de Salzburg e aqui no Brasil morou na cidade de Campos no Rio de Janeiro e faleceu aos 90 anos.


Tudo começou com a sua insatisfação com as linhas para bordar que existiam na época. Disposta a utilizar um material que desse mais destaque aos seus bordados, desenvolveu uma linha especial em rayon com cores matizadas (sombreadas) e sólidas.


Essas linhas passaram ser conhecidas como Varicor. A fábrica das linhas Varicor chegou a ter 200 funcionários, mas hoje está fechada.


Até onde eu pude apurar foram editados nove livros de autoria de Elisa Maia com riscos e explicações para a execução dos bordados.


Atualmente existe no Brasil um interesse muito grande pelo bordado brasileiro. É considerável o número de pessoas que mostram interessem em aprender essa técnica. Àlbuns com amostras de bordados e linhas estão sendo disputados por mulheres que desejam trazer para os dias atuais a prática do bordado brasilerio.


Devido ao longo período de esquecimento no Brasil, o material para a realização do bordado brasileiro é muito raro por aqui. São poucas as alternativas. Algumas mulheres de sorte podem herdar as linhas Varicor de algum membro da família, mas a grande maioria está obrigada a importar a linha dos Estados Unidos ou a fazer uma adaptação com as linhas de bordar que existem no mercado brasileiro.


Posso firmar com segurança que estamos presenciando o renascimento do bordado brasileiro aqui, mas só o tempo dirá se esse renascimento terá uma vida longa.


No meu blog artesdasilvana.blogspot.com é possível encontrar uma série de postagens sobre esse assunto.
Por enquanto é só.
 
 

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Merecemos ter um ateliê em casa!

Na rotina diária de uma mulher são muitos os compromissos: casa, marido, trabalho, filhos e etc... No meio dessa rotina, que às vezes nos deixa a beira da insanidade, quase todas nós desenvolvemos uma atividade paralela que nos permite repor nossas energias. Muitas de nós encontra no artesanato um meio para expressar o nosso lado artístico e espantar as frustrações da existência humana.



Entretanto muitas de nós não se dá conta da importância desse tipo de atividade em nossas vidas.


Para exercer essa atividade paralela geralmente precisamos de um cantinho para executar nosso trabalho e para guardar nosso material. E agora eu pergunto: "Quantas de nós tem o seu cantinho em casa?"


Somos poucas as que tem um cantinho da casa que podemos chamar de "ateliê". A grande maioria é obrigada a ocupar temporariamente algum cômodo da casa quando deseja realizar suas tarefas. No caso de quem faz patchwork geralmente se utiliza a mesa do jantar quando quer fazer suas costuras. No momento que o resto da família quer utilizar aquela peça da casa, temos que desmontar tudo. Uma trabalheira que muitas vezes a gente até desiste de começar algum projeto...


Normalmente quando se projeta uma casa ninguém se preocupa com a criação de uma peça que possa ser utilizada como ateliê pelas mulheres. É normal projetar um escritório para o marido ou uma garagem com espaço para a instalação de uma pequena oficina. Entretanto para nós mulheres não se projeta nada!


Porém, parte dessa situação é nossa culpa. Nós muitas vezes não damos o devido valor à nossa necessidade de temos uma atividade paralela em nossa rotina diária. Precisamos de um espaço para executar nossas artes. É necessários que tenhamos consciência da necessidade dele. Felizmente tenho um local onde posso ficar para aflorar o meu lado criativo. Mas se não tivesse um cantinho onde pudesse fugir para externar o que fica fervilhando em minha mente, acho que me sentiria muito frustrada.


Por isso resolvi falar sobre esse assunto. Se você tem uma atividade artesanal e não tem um local só seu, não desista de lutar por esse espaço. Vale a pena. É um local onde você pode se desligar dos problemas do dia a dia e ter um tempo para conversar consigo mesma.
Por enquanto é só.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Hexágonos fáceis de cortar

Muita gente se assusta quando o assunto é patchwork à mão. Mas para mim é uma atividade muito relaxante. Diferente da costura à máquina que só posso fazer quando estou no meu ateliê, a costura à mão pode ser feita em qualquer lugar, desde que tenha uma boa iluminação. É ideal para fazer na companhia da família vendo TV, nos dias frios de inverno.
Pensando nisso resolvi mostrar um passo a passo ensinando a cortar hexágonos, sem ter que passar o risco para o tecido. É prático pois podemos ganhar bastante tempo. Só é preciso ter uma régua triangular com ângulos de 60 graus e uma fita adesiva.
A primeira coisa a fazer é decidir qual será a medida de cada peça. No exemplo mostrado cada hexágono tem 8cm entre as duas linhas paralelas.

O passo seguinte é cortar tiras do tecido escolhido com 8cm de largura.
Coloque a régua sobre a tira de tecido como mostra a foto. A parte mais alta do triângulo fica sobre a parte mais alta do tecido. Pegue um pedaço de fita adesiva (de preferência colorida) e cole na régua, de maneira que encontre com a linha do tecido na parte inferior.


Dobre a tira de tecido ao meio.


Coloque a régua sobre o tecido dobrado. Tome cuidado: a parte dobrada deve ficar para baixo e na mesma linha onde foi colocada a fita adesiva.
Certifique-se que a régua esteja bem na ponta do tecido e corte acompanhando as laterais do triângulo.

Agora é só desbobrar o tecido. O Hexágono já está pronto!
Continue com o mesmo processo, até o tecido acabar. Ao final sempre sobrará dois triângulos de cada hexágono que pode ser utilizado em outros projetos de patch à mão.
Aqui vai uma amostra do que tenho feito com os meus hexágonos.
Até a próxima.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Artesanato no Ceará

No final do mês passado estive no Ceará e aproveitei para tentar descobrir trabalhos com o bordado brasileiro. Não encontrei nada parecido com as imagens que já postei no blog sobre esse assunto. A grande diferença é que muito dos bordados são feitos à máquina...
Mas a procura não foi em vão.
No município de Aquiraz a 25 Km de Fortaleza tive a oportunidade de ver lindos e delicados trabalhos de renda de bilro.
São trabalhos realmemte lindos. Fiquei apaixonada por essa blusa em difernetes tons de verde.

A renda de bilros é feita em uma almofada, que pode variar de tamanho, dependendo do trabalho que se deseja realizar.

Na foto acima é possível ver como se faz a renda.

Em substituição aos alfinetes as rendeiras do
Ceará utilizam espinhos de mandacaru, uma planta típica do sertão.


Acima coloquei uma foto da vila de pescadores onde tirei as fotos dos trabalhos com reda de bilro.
Só para esclarecer, explico que a renda de bilro surgiu na Europa (Itália) no século XV e chegou ao Brasil através dos partugueses no período colonial.
Por enquanto é só.
Até a próxima.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dicas sobre quilting

Eu me considero uma apaixonada por quilting. Um trabalho de patchwork, na minha opinião, só fica bonito quando está quiltado. Tenho até uma comunidade no Orkut sobre quilting. Não tem muitas informações por lá. É o tipo de comunidade que complementa o perfil, mas quem quiser fazer parte será muito bem-vindo.
Minha paixão maior é pelo quilting à máquina. Abaixo coloco algumas imagens de um quilting que fiz em duas mantas de bebê.
Como analisar um quilting? É simples. Basta observar os padrões, a variação dos motivos e  complexidade do trabalho. Quanto mais variados os motivos, mais diferentes os padrões e mais complexo for a execução, mais valor terá o trabalho.
É preciso observar ainda a tensão dos pontos. A linha da bobina não deve aparecer na parte de cima.
Para quem gosta de variar os motivos de quilting, mas tem dificuldade em decidir o que vai quiltar uma boa dica é observar com bastante atenção os trabalhos de quilters mais avançadas. Outra solução é destinar um caderno para motivos de quilting. Sempre que passar por nossa mente uma ideia é bom registrar no caderno. Quem sabe poderá ser útil no futuro.
Uma característica do quilting livre é que não é perfeito simetricamente. Na sua execução é possível perceber diferenças nos tamanhos dos motivos, mas isso não desqualifica o trabalho.
Andei pesquisando em blogs e sites dos Estados Unidos e descobri que os trabalhos de quilting são cobrados por polegada quadrada acrescido de taxa de complexidade.
Quiltar uma manta de bebê custa no mínimo 55 dólares. O valor do quilting de uma colcha king é estimado em 525 dólares.
Algumas quilteiras nos Estados unidos pedem o pagamento de 50% do valor do quilting antes de iniciar o projeto. Quando o projeto é finalizado, o cliente é avisado do valor restante. Só quanto efetuado o pagamento o quilt é enviado.
Uma curiosidade sobre o quilting à mão é a forma como é cobrado. Nesse caso não se leva em conta a complexidade do padrão, mas a quantidade de linha utilizada. No quilting à mão encontrei uma americana que cobra 1,24 dólar por jarda de fio utilizado.

Para quem vai preparar uma colcha para ser quiltada é bom prestar atenção nos detalhes:
Procure fazer um topo plano, sem ondulações.
Retire todos os fios soltos.
A manta e o forro devem ser de 10 a 15 cm maiores que o topo. Isso dá aproximadamente 5 cm de folga nas laterais.
Use mantas de qualidade e adequada para o tipo de utilidade da peça.
Por enquanto é só. Até a próxima.

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